Ainda jovem
Meu pai me disse:
“ Filha a felicidade
Está nas coisas
Mais simples.”
Na época
Eu desconsiderei a ideia,
Pensei que fosse coisa ultrapassada,
Imagine, coisas simples
São coisas fáceis
De serem encontradas?!
No caminho pra maturidade
Eu apostei ainda mais nisso,
Que a felicidade era difícil,
Que precisava buscá-la
Sem parar
E ainda assim,
Ela se dificultaria.
Porém, chegou minha maturidade,
Para alcança-la
Não foram questão de anos vividos,
Se baseou em alcançar
Um homem pra estar
Ao meu lado,
Me amparar e dar carinho.
Encontrei dois,
Dois verdadeiros homens,
Hoje,
Puxamos nosso puf
Para a cozinha,
Um dos meus maridos
Cortou a lenha,
Eu busquei para o fogo,
O outro ascendeu a lavareda.
Fizemos almoço juntos,
Caprichamos na escolha
Do tempero,
Do corte da carne,
Da própria carne
Para pôr na panela.
Abraçada a eles
E aos nossos filhos,
No calor da lenha
Que ardia em fogo,
Eu me vi criança
Com minha família.
Sentada em frente ao fogão,
Escolhendo a lenha
Para manter a lavareda
E o brasido aceso
Para nos aquecer
E cozinhar o almoço.
Cuidando o forninho
Se estava pouca lenha,
Sempre mantendo ele cheio
Para ela se manter sequinha
E queimar rapidinho,
Cuidando a caixa de lenhas
Para sempre ter o que queimar,
Conversando assustos atoa.
Então , sorri feliz,
Abracei meus esposos,
E vi nosso menino Bruce
Deitadinho bem perto
Do fogão,
Sentindo o calor,
Cuidando a lenha queimar,
Feito eu criança.
A história repetia
Uma fase dela
Em nossas vidas.
Finalmente,
Me vi de volta
Em família,
E nunca fui tão feliz,
Então, sorri olhando
O fogo amarelo e cinza,
A chuva caindo lá fora,
Recordei das palavras
Do meu pai,
E pela primeira vez
Lhe deu razão.
Nisto, olhei para meus esposos,
Nos abraçamos
E eu disse “a felicidade está
Nas coisas mais simples”.
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