Aos quatorze anos
Não reflete-se muito,
O agir é impulsivo,
Beijar torna-se regalia,
Não pensa-se na postura.
É como se o ato
Fosse mais distante,
Não se imagina
Estar transando sem preservativo,
Não,
É apenas um jogar a língua
Na boca do outro,
Enrolar um pouco,
Trocar o gosto,
Provar saliva.
Simples,
Não precisa tirar a roupa,
Nem perguntar o nome,
Embora, pergunte-se.
Não se quer uma promessa,
Nem mesmo aliança.
Não se imagina
Que possa se tornar
Um compromisso
Do qual se arrependa,
É simplesmente preencher
Um número,
Apostar novos gostos,
E dar seguimentos.
Os quatorze passam,
A ideia permanece,
E a coisa toda amadurece,
E os números continuam valorosos,
Mas exigem mais de si próprios,
Aí é que tudo se complica,
Porquê ao querer-se o compromisso,
Já surge a necessidade do contrato,
E tudo iniciou-se com distanciamento,
E encerra-se no confinamento
De si próprio
A vagar por entre números.
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