De casamento agendado
A rainha Bianca IV
Andava inquieta,
Tendo saído de seu quarto
Para ir ao cômodo de beleza,
Cansou-se de ver suas unhas
Serem embelezadas...
- desculpa, Mariete,
Eu estou cansada.
Ela disse,
Empurrou a garota
Pelos ombros
E puxou a mão,
Sem entender ela sentiu
Mariete estranha,
E cismou com o perfume
Que usava,
Lhe recordou demais Álvaro.
No entanto,
Este perfume foi feito
Para o seu amante real,
Nisto, não havia outro,
E ele não saia sozinho,
Como estaria em suas roupas
Ou próximo?
Contudo,
Ela olhou atentamente
Para o rosto pequeno
Da moça,
O pescoço longilíneo,
E não quis ceder ao ciúmes,
Com certeza se devia
A perda recente do esposo,
Que mesmo tendo sido
Em sua própria cama,
Com outra mulher
Ela não lhe guardou magoa,
Desde o início seu casamento
Se marcou com estes espetáculos,
Ela não se revoltava com o fato.
Aprendeu a tolerar,
E não fez o mesmo
Por não ter querido,
Porém, agora,
Saindo da sala
E se direcionando ao
Próprio quarto,
Lhe pareceria peculiar,
Por que ela nunca desejou outro?
Sempre que se via
Pelos aposentos,
Se deparava com Álvaro,
Ele lhe parecia convidativo,
Educado e muito vívido.
Esconder sua dor de viúva
Em seu peito másculo,
Foi bom,
Foi perfeito,
Mas, agora, quase lhe era suspeito.
Será que ela o amou desde antes
E o querendo nunca foi capaz
De desejar outro?
Talvez, nem mesmo o rei...
Com este pensamento
Chegou ao quarto,
Abriu sua porta
E se deparou com Álvaro
Provando as roupas reais.
Ela levou um susto,
Se voltou para fora,
Fechou a porta com cuidado,
Pôs a mão no peito,
Retomou o fôlego
E após, retornou.
- que fazes aí,
Querido Álvaro?
Ele levou um susto,
Não parecia espera-la.
- estou vendo as vestes reais
Do falecido rei,
Agora que ele se foi
O que você fará com elas?
Ele lhe indagou.
Depois a olhou com calma.
- caso queira,
Eu posso aproveita-las,
São em ouro e outras jóias,
Também, poderíamos doar
A quem não tenha o que vestir,
São tantos os desmazelados...
Ele sentou-se
Sobre a cama.
- de fato,
Tens razão quanto ao valor.
Foram feitas para ele,
E outras vem de herança familiar,
Foram sempre guardadas conosco.
Mesmo a coroa,
Sempre é guardada.
Ela respondeu
Em solavanco,
Sentiu-se retraída.
- mas você vestiu-se
Com a roupa do falecido,
E assim, tão rápido?
Eu quase o posso ver
Em você,
Isto é estranho!
Ela respondeu.
Imediatamente, Álvaro retirou
As roupas.
- a coroa me cai perfeitamente.
Ele arriscou,
Usando a jóia sobre os cabelos.
- claro, a mantenha.
Mas, não sei se gostaria de vê-lo
Usando as roupas de um morto,
Isto é estranho.
- me desculpe.
Ele respondeu.
Chegou até ela,
A beijou ternamente
Depois saiu.
De dentro do quarto
Pode-se ouvir o alvoroço
Lá fora.
Ela não resistiu,
Logo foi atrás dele.
Irritada, tentou descer às pressas
A grande escada,
Resvalou na barra do vestido,
Caiu sobre a perna,
Sentindo dor lancinante,
Percebeu que a quebrou.
- ai, minha perna.
Não consigo me mover!
Gritou, Álvaro não apareceu.
Veio a Vanessa da cozinha
Com as mãos sujas de massa,
E a ergueu,
Levou até o quarto,
A ajudou a tirar a roupa
E levou ela até o banho.
Todavia, Bianca
Não conseguia controlar a dor,
Gemia alto e chorava.
Vanessa encheu a banheira
De água quente,
Com chaleiradas do fogareiro
Ao lado no banheiro,
E isto lhe tomou o tempo.
Passado algumas horas,
Não percebeu-se que Álvaro
Havia retornado
E ele ouvindo os gemidos
De Bianca,
E a vendo nua,
Entendeu errado o que ocorria.
- querida, você já está despida?
Ele falou,
Retirando a roupa,
Ficando apenas de coroa
E vindo abraçar Vanessa,
Bianca ficou pasma,
Quase sofreu um infarto.
A perna parecia gritar de dor,
Pulsava dor em seu sangue
E Álvaro abraça Vanessa
E se coloca aos beijos
Em sua frente?
- ahn.
Ela tentou dizer,
Mas foi em vão.
Não tinha forças
Para falar.
Álvaro, num instante
Deixou Vanessa nua,
E transou com ela,
A beijando
E deitado com ela no chão.
Enquanto transava
Com a outra,
Tentou tocar Bianca.
- vamos querida,
Goze conosco!
Isto lhe foi o ridículo.
Foi a situação mais horrível
Que já passou.
Ela tentou levantar
Da cadeira onde estava
Ao lado da banheira,
A chaleira apitou de fervente
Que estava,
Ela estava nua
E Álvaro transou com a outra?
-ahn.
Ela falou outra vez,
Pegando com as duas mãos
A perna
E tentando levantar ela do chão
Para se mover.
Os dois, estavam aos beijos
E abraços.
Ele estava pelado
Sobre o corpo flácido de Vanessa,
Que situação ridícula,
Contemplar a bunda
De seu próprio marido
Pulando dentro da vagina
De outra pessoa.
Ele não tinha bons modos,
Aliás, parecia um porco.
Ela sentiu-se ultrajada.
- se prepare querida,
Já estou gozando, então é sua vez!
Ele ainda ousou dizer.
Ela muniu-se de todo
O seu orgulho,
Ódio e coragem
Foi até o fogão
Pegou a chaleira de água fervendo
E jogou sobre ambos,
Sem preocupar-se.
Álvaro deu um único
Grito de dor.
Então, a olhou assustado,
Se recompôs e se afastou.
Colocando-se sentado num canto,
Vanessa não resistiu,
Se pôs de joelhos
E engatinhou até ele.
-oh, oh, rei querido,
Me deixe te dar prazer!
Ela disse.
- maldito!
A rainha gritou
E o queimou no rosto.
- vossa baixeza vagabunda!
Gritou Vanessa.
Se pôs em pé,
E veio contra Bianca,
Pegou seus cabelos
E levou seu rosto
Em direção a chapa quente.
- vou te queimar, vagabunda.
Quem você pensa que é?
O rei me quer!
O rei me quer!
Bianca gritava de dor
Na perna quebrada
E de medo.
Não conseguia se equilibrar,
Não tinha forças pra se defender.
Álvaro levantou-se rápido,
E puxou Vanessa pelo pescoço,
A jogando contra a parede,
Depois pegou a espada no chão,
De entre suas roupas
E matou-a.
- me perdoe, Alteza Bianca.
Eu pensei que seria do seu agrado,
Fiz para lhe dar prazer,
Eu não me vejo o suficiente
Para lhe satisfazer,
Meus amigos me confidenciar
Que o rei gostava de muitas
Garotas em única vez,
Eu pensei que era de seu costume...
Me perdoe,
Me perdoe,
Só quis agradar você!
Ele gritou chorando,
Se ajoelhou aos pés dela,
Beijou seus pés
Até os joelhos,
Chorando muito.
- eu caí,
Quebrei minha perna.
Estou sentindo dor.
Ela gaguejou as palavras.
Ele encheu a chaleira
E pôs a água aquecer,
Também pôs lenha no fogo.
- você irá melhorar,
Mas me perdoe,
Por favor,
Ao menos diga se é capaz?
Ele indagou
Com todas as lágrimas
Do mundo em seus olhos,
Bianca apenas baixou o olhar.
- renova está morta
Do meu banheiro!
Bianca o ordenou.
- senhora,
Se não lhe sirvo para esposo,
Não me iniba de ser seu servo,
Eu a amo,
Farei tudo para lhe proteger,
Acredite no que lhe digo,
Senhora, por favor,
Só quis lhe dar prazer!
Ela continuou de olhos baixos,
O ouviu retirar Vanessa morta,
E fechar a porta atrás de si.