Teria ele,
Ao apaixonar-se por um desconhecido,
Se perdido diante de tudo que houve?
Se for analisar até que não ouve muito,
Aquelas palavras que ele disse,
Nunca soube que seriam tão importantes,
Parece que continham uma chave,
Um quê de conquista e para sempre,
Mas não, não foi o bastante,
O coração que um dia pulsa em falso,
No outro pode errar também,
Um dia, ele foi traído, mas hoje,
Nem isso.
O que a fez entrar pela por porta,
Talvez não tenha sido distante do que a levou a sair,
Lembrara de convidá-la a entrar,
Recorda com carinho o seu sorrir,
Lembra-se ainda do sol forte que entrara pela porta,
Convidou-a sentar-se rapidamente,
Nisso, houve um abraço irrefletido,
Simplesmente viu os braços dela em torno do seu pescoço,
Não disse nada,
Mas também, não a abraçou,
Sem saber porquê não sentiu-se bem,
Mas, parecia saber em seu íntimo que a amava,
A fez sentar-se e pediu a ela um pouco de calma,
Ela lhe parecera encabulada e trocou o assunto,
Hoje pareceria que teria iniciado,
Porque não havia conversa alguma,
A quem mais respeitar senão ele mesmo?
Virou o rosto por um pequeno instante,
Mudou o semblante e retornou a ela,
Continuara a conversa iniciada em tom de importância,
De desinteressada parecia muito insatisfeita,
Agora, lhe parecia que se atirava para ele,
Mil vezes ele fazia um movimento em falso
E no falso encontrava ele,
Uma lágrima molhava os seus olhos,
Isso é algo de que se pode duvidar,
A sua língua tremula escorregara e caíra para fora,
Era como se os lábios tivessem ficados pesados,
Dentro da boca algo não se continha,
Dentro dele algo parecia se resolver sem que tivesse consciência,
Sem estalido e com um rangido
Ele se movimento e escorregou até o lado dela,
Pôs uma mão em sua cocha,
E não quis ser mais que suave,
Nada tão íntimo nem tão distante,
Movimentou seu rosto até ela e beijou-a na face,
Não conseguiu ir adiante,
Mesmo quando ela o puxou para si com esforço,
O movimento embora bem planejado,
Não obteve êxito,
A piscina interna chegava até seus pés,
Parecia refletir um sussurro de um beijo,
Um beijo que duas horas depois não veio,
O diálogo parecia abrir a noite,
Ou então, convidá-la a ir embora,
O escuridão parecia convidativa e aconchegante,
Era o bastante para escondê-los um do outro,
Algumas estrelas piscavam lá fora,
Ali dentro nem mais seus olhares se cruzavam,
A claridade forçava a aproximação,
Mas o coração resistia e parecia dizer não,
A paz reinava sobre os amantes da noite,
Não muito distante um sol resplandecia,
Daria para enxergar dali de onde estavam,
O amor quando ilumina deixa a alma estrelada,
Parecia que sua boca quis novamente mergulhar na dela,
Ele escorregou um pouco para a frente,
Mas, ainda assim não aproximou-se,
A água parecia turva diante de sua visão,
Uma espécie de constrangimento parecia levantar dela,
Daquele tipo em que se evita a todo custo,
Como aquele que antecede o fim do beijo
E quer-se com presteza pedir outro,
Havia um alguém, alguém atrás de nós,
Nisso ele soltou sua caneta e parou de anotar,
Não menciono a sensação de saudade tardia que teve,
Mas, menciono que por este amor valeria a pena chorar,
E nele perder-se algum tempo a ouvi-lo e tentar ao menos
entender...